Cargo de diretor é substituído por coordenador pedagógico em Córrego

Cíntia Ferreira

A Escola Municipal Monsenhor Afonso Ligório Rosa recentemente passou por uma mudança em sua direção. Até 2008, a instituição de ensino era administrada por uma diretora, cuja escolha, segundo o regimento interno, era de livre opção do executivo municipal. Em fevereiro, duas coordenadoras pedagógicas assumiram o cargo e estão trabalhando em conjunto - uma no período matutino e outra no vespertino.

O projeto teve que passar pelo legislativo municipal para aprovação dos vereadores, tanto com relação às duas coordenadoras, como para autorizar uma gratificação de R$ 300 reais para cada uma, além do salário de professor que ambas já recebem. A secretária municipal de Educação, Maria Aparecida de Oliveira, explica o que é um coordenador e suas funções: “É o mesmo que um diretor. Só mudou o nome. As mesmas atribuições, a mesma responsabilidade e o mesmo comprometimento”.

A primeira reunião, segundo a secretária municipal de Educação, foi polêmica. “O presidente da Câmara pediu para nós especificarmos. Eu fiz toda a explicação e ele não pôs em votação. Suspendi as aulas por dois dias não por autoridade e sim em solidariedade aos professores. No dia da paralisação nós estivemos reunidas”, afirma Maria Aparecida. O presidente da Câmara Municipal, Carlos Henrique da Silva (PP), conta que a decisão de suspender as aulas prejudicou os alunos.

Para que o projeto fosse aprovado em uma nova sessão da Câmara, as professoras fizeram uma carta ao legislativo municipal, que foi lida por uma professora durante a reunião e continha as seguintes palavras: “Venho, em nome das professoras da Escola Municipal Monsenhor Afonso Ligório Rosa, demonstrar a nossa grande satisfação com a criação dos cargos de coordenação de ensino no município. Esta iniciativa sempre foi desejo de todas as professoras, por isso nos sentimos felizes em participar deste acontecimento que modificará a história da educação no Córrego do Bom Jesus, beneficiando a todas nós. Reafirmamos que apoiamos plenamente as decisões da Senhora Maria Aparecida de Oliveira, secretária municipal de Educação, em suspender as aulas nos dias 18 e 19 de fevereiro em apoio a nossa reivindicação”. A carta foi assinada por todas as professoras efetivas da escola.

Os cargos das coordenadoras pedagógicas foram aprovados pela Câmara Municipal no dia 16 de fevereiro, com seis votos favoráveis e três contrários dos vereadores Carlos Henrique da Silva (PP), Luiz Gonzaga da Silva (PSDB) e Luiz Donizetti da Silva (PTB). “Foram votos conscientes, porque os vereadores falaram por que estavam votando”, afirma Maria Aparecida. Esse foi o único projeto que não foi aprovado por unanimidade na Câmara de Córrego.

Para que as duas coordenadoras fossem escolhidas, ocorreu uma eleição entre as professoras efetivas da escola. Quatro se candidataram e todas votaram. As eleitas são Vanilda Aparecida Fonseca Galvão e Márcia Rodrigues Pereira Siqueira. Elas foram eleitas para um mandato de um ano, podendo se recandidatar na próxima eleição. “Agora está tudo normal, a polêmica acabou. O trabalho está muito bem desenvolvido, as professoras muito comprometidas, e agora mais ainda”, conta a secretária de Educação.