segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mau-humor crônico pode ser doença, mas tem tratamento

Cíntia Ferreira

Distimia é um termo originário da Grécia Antiga e significa “mau-humor”, que é uma das principais características da doença. Você conhece uma pessoa que vive mal-humorada? Que sempre está reclamando da vida como se nada tivesse bom? Que é incapaz de enxergar o lado bom das coisas? Que se irrita constantemente? Que se isola das outras pessoas? Pois essa pessoa pode estar sofrendo de distimia, ou mau-humor crônico, e não sabe.

Segundo a psicóloga Priscila dos Santos Costa, a distimia é um tipo de depressão crônica. Pode ser um subtipo adaptativo de humor que se desenvolveu para enfrentar estados de estresse ou carência. Diferentemente da depressão, que se instala de repente, o mau-humor crônico não tem essa marca brusca de ruptura. A pessoa distímica se mostra mal-humorada o tempo todo, é de difícil relacionamento, possui baixa auto-estima, está sempre irritada, só enxerga o lado negativo das coisas e tem elevado senso de autocrítica.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que a distimia pode ser genética e atinge cerca de 3% da população mundial e brasileira. A doença afeta, na maioria das vezes, pessoas de 13 a 21 anos. Existe uma fase considerada anormal, que é quando ela se manifesta na infância, e a fase tardia, que é quando ela aparece após os 21 anos. A distimia é mais comum em mulheres, principalmente quando solteiras.

As pessoas que sofrem desse distúrbio frequentemente evitam eventos sociais e apresentam desempenho abaixo de sua capacidade, tanto no trabalho, quanto na escola. “Em seu cotidiano, as pessoas passam por diversas situações de estresse que podem ser representadas por perdas, condição econômica, desemprego, doença ou dor crônica, fatores estes que podem colaborar para o aparecimento da doença”, conta a psicóloga Priscila.

Existe tratamento para o mau-humor crônico. Segundo Priscila, o melhor tratamento para a doença é a psicoterapia, pois através dela é possível descobrir a causa da doença. O tratamento com utilização de remédios antidepressivos também se torna indispensável em alguns casos, pois ajuda a amenizar os sintomas. “Deve-se chamar a atenção para o abuso de medicamentos, pois podem causar dependência, sem curar realmente. Alguns dos fármacos mais utilizados para tal patologia são a fluoxetina, sertralina, paroxetina e mirtazapina”, afirma.

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